quinta-feira, 17 de junho de 2010

Uma paleta de duas cores


O amarelo é nobre. Simboliza o ouro, a riqueza, o luxo, o valor. É a cor da vida. A cor do sol. A cor de flores. É a luz que irradia o dia e o calor que aquece o mundo. É o contraste, que em um céu límpido e azul torna visível todo o seu esplendor.

O amarelo é o brilho, o cheiro. Um elemento claro e alvo, alegre e simpático. É ícone da inteligência, da decisão e da sabedoria. É cor, é vida, é alma.

Mas, dentre as cores do Brasil, não tenho dúvida. A minha cor é o verde.
Sou verde de esperança.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pedido


Madrugada. Sonho. Cama. Banheiro. Quarto. Cozinha. Quarto. Banheiro. Sala. Portão. Carro. Rua. Curva. Reta. Estacionamento. Trabalho. Mesa. Caneta. Folha. Carbono. Formulário. Número. Total. Sono.

Manhã. Rua. Gente. Semáforo. Ônibus. Catraca. Assento. Trânsito. Livro. Parada. Escada. Trabalho. Cadeira. Computador. Folha. Papel. Word. Café. Idéia. Raciocínio. Fonte. Imagem. Inspiração. Texto. Letra. Detalhe. Almoço. Tudo de novo. Cansaço.

Noite. Escada. Ônibus. Gente. Parada. Aula. Carteira. Professor. Intervalo. Alívio. Recomeço. Quadro. Tinta. Caneta. Caderno. Fala. Palavra. Ouvido. Silêncio. Escada. Carro. Estrada. Casa. Cozinha. Quarto. Cama... Rotina!

Nota: Quando pedi a Você mais horas no meu dia, me referia à horas livres e não à atividades extras. Grato.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Para uso postal


Uma esquina. Uma placa alta, simples e em perfeita harmonia com o cenário. No alto, um fundo branco e uma caligrafia negra simetricamente disposta. Letras garrafais que não consigo ler. Infelizmente.

Meus pés pisam lajotas sem cor, pisos coloridos, pedras, asfalto. Ou será terra e barro? Não vejo, não sinto, não sei. Chão duro e mole. Tudo ao mesmo tempo. Mas não desisto, não me entrego. As respostas, assim como as perguntas, um dia também serão minhas.

Espero.

A minha frente, uma calçada que quase toca céu e terra. Dos lados, muros desgastados, inexpressivos, impenetráveis. E um movimento quase nulo na rua: um ruido baixo, uma identidade não autêntica. Pistas ausentes para te encontrar.

De longe, um grave aroma. Seu perfume? Doce. Suave. Forte. Fraco. Tenho dúvida. Muita dúvida. Por horas, sinto um cheiro frio e leve. Por outras, o calor invade meus sentidos. Uma presença graciosa a ponto de inebriar minhas certezas. Um rosto que queria por demais poder tocar.

E também é assim com sua voz. Alta, baixa... Mas sempre harmoniosa. Um porto seguro. O meu desconhecido e distante porto seguro. Sem endereço e sem referenciais.

E, ao léu, segue meu desejo: sem qualquer abrigo e proteção.