sexta-feira, 21 de maio de 2010

Efeitos


Uma forte sensação de incapacidade. O corpo para de corresponder às ordens da mente. Os olhos deixam de focar o que se deseja. Se é comandado por estímulos involuntários. Então, parece que foram poucas as horas dormidas na noite anterior. Conhecimentos simples, óbvios, funcionais e práticos fogem à lembrança. Linhas de raciocínio caem por terra. O corpo treme, o coração palpita, o suor surge. E o tempo? Distâncias viram pó. Referenciais matemáticas perdem valor. Ponteiros aceleram, minutos voam, horas se sucedem. Fora de controle. Refletir razões e mensurar reações é impossível. Argumentos firmes soam infundados e o pouco muda o muito.

Assim, meu mundo passa a ser você.
Mesmo com o mais breve dos acenos, com a mais miúda das palavras.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Nota (01)

Gostaria de agradecer a todos que responderam a enquete sobre o novo layout do "Eu, Autor", quando perguntei se os leitores haviam ou não gostado da mudança. Essa simples votação me fez ver que posso contar com a ajuda e a opinião de vocês sempre que preciso. Muito obrigado mesmo!

Quanto aos resultados, aqui estão eles:

Gostei, ficou melhor que o anterior - 75%
Não conhecia o anterior, mas gostei - 25%
Não gostei, ficou pior que o anterior - 0%
Não conhecia o anterior, mas não gostei - 0%

Ou seja, 100% de aprovação. A exemplo do meu outro Blog, "Linhas e Letras", um excelente resultado. Mas sei que, apesar disso, nada está tão perfeito que não possa ser melhorado.

Pensando nisso, gostaria de reforçar, também, que estou e sempre estive aberto a sugestões e críticas. Afinal, tenho como grande desejo continuar melhorando este site e só com a ajuda de vocês poderei tornar isso possível.

Obrigado a todos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mergulho


O vento soprava forte, distinto, senhor de si. Seus uivos e efeitos eram firmes e altos. Um pouco acima de mim, se eu forçasse bem os olhos, era possível distinguir o vibrar de uma bandeira desconexa: em parte pintada por céu e terra; em outra, por presente e futuro - quase um presságio.

Meu corpo tinha sérias dúvidas se devia ou não prosseguir, dar o próximo passo. Ao mesmo tempo, a própria braveza do ar tomava partido e respondia por mim: parar de imediato. Essa era a resposta. E, assim, passei a ser incessantemente impelido para trás.

Gotas frias surpreendiam ao tocar minha antes seca pele - respingos de um provável futuro. Lá embaixo, o mar estava agitado e escuro, com ondas altas e constantes que chocavam-se seguidamente com a embarcação.

Conclusões a parte, eu bem sabia que era mais seguro retornar, voltar para o abrigo, para o silêncio. Eu jamais, em sã consciência, conseguiria lutar contra todos aqueles braços invisíveis, reunir resquícios de esperança e seguir. Era, sim, imensamente mais sensato voltar. Mas, também, o mais covarde a se fazer.

E, enfim, era hora de jogar-me ao mar...